domingo, 24 de abril de 2016

TRÊS ANOS DE VACAS MAGRAS

Governo apresentou, na última sexta-feira (15), planos e metas fiscais para os próximos três anos e os parâmetros macroeconômicos associados. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2017 (PLDO-2017) foi enviado ao Congresso Nacional pelos ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão.

O ministro Nelson Barbosa declarou que o PLDO 2017 prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 tenha uma queda de -3,1%. Porém há uma estimativa de crescimento para 2017, 2018 e 2019. A inflação para este ano deve chegar aos 7,4%, com quedas graduais também para os próximos três anos seguintes.
“Com base nesses parâmetros, o salário mínimo passará de R$ 880,00 em 2016 para R$ 946,00 em 2017, R$ 1.002,70 em 2018 e R$ 1.067,40 em 2019”, anunciou o ministro. Essas são as estimativas iniciais dos parâmetros macroeconômicos. Contudo, esses indicadores poderão ser revisados, lembrou Barbosa.

Ao apresentar os dados, o ministro ressaltou que 2017 terá um orçamento equilibrado. Apesar da apresentação e das especulações para o orçamento, especialistas discordam das projeções do governo. Em matéria publicada no Valor Econômico, Edna Simão e Fábio Pupo observam o seguinte:
- Diante das fortes incertezas e da volatilidade da economia, o governo passou a prever na PLDO-2017 um "cenário de estresse" para a estimativa do PIB e o impacto disso para as receitas para o cumprimento da meta de primário. Nos próximos anos, a  ideia é ampliar o uso dessa metodologia.

Na hipótese de "estresse", a equipe econômica considera que o PIB do país sofrerá uma retração de 0,48% em 2017. Se essa previsão se confirmar e não houver a aprovação do retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a frustração de receitas poderá chegar a R$ 87 bilhões. O valor é maior até mesmo que o pedido de abatimento de R$ 65 bilhões feito pelo governo na meta do primário do ano que vem.

Em entrevista ao programa Super Manhã da Rádio Jornal, a economista Eloise Góes afirmou: “A queda no PIB foi muito grande e só não foi maior porque o agronegócio sustentou, mas com os cortes no orçamento, não dá pra se ter idéia do que acontecerá no ano que vem”.

Apesar da ameaça de afastamento do cargo da presidente Dilma Rousseff pelo senado federal, a equipe econômica tem “cartas na manga” que podem sair do papel, claro, se o governo quiser estimular a economia. Mas isso deveria acontecer antes de qualquer decisão do congresso.

As opções do governo ficam divididas em quatro áreas, as mais urgentes ficam na área fiscal. Mudança na meta do superávit deste ano, renegociação das dívidas dos Estados e municípios e aprovar um teto para os gastos do governo. Há quem diga que pela situação da receita o governo será obrigado a fazer uma nova retenção até o fim de maio.

Já na área de crédito, o governo conta que os R$ 83 bilhões liberados no início do ano trarão efeitos positivos sobre a economia. Outro objetivo é facilitar a renegociação de dívidas, especialmente de empresas ligadas a infraestrutura. Uma área que está sendo tratada de forma bem delicada é a do aumento dos impostos. A Receita Federal já concluiu estudos para criar faixas adicionais do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e melhorias na progressão do Imposto de Renda das empresas.

O reitor da Uninassau Janguiê Diniz participou de um debate sobre a crise brasileira na manhã de hoje (19). “Quem gerou essa crise econômica e política, foi um crise anterior, uma crise moral e ética. O Brasil perdeu seu respeito, o Brasil era a sexta economia do mundo e perdemos essa posição. É preciso ensinar as nossas crianças a serem empreendedoras e não a serem sustentadas pelo Estado. 40 ministérios tem que acabar com quase tudo, fora os milhares cargos de confiança. Temos que ter uma reforma constitucional, uma reforma política e educacional”, declarou Janguiê Diniz. 

- O País vive de investimentos internos e externos, quando explodiu essa crise ética, moral e política, os investidores fugiram. A gente vê quando o impeachment surge como tema, à bolsa de valores sobe, o dólar cai. Há uma solução para sairmos da crise, mas precisamos mudar nosso País. Tem que acabar com o financiamento de campanha e com esses sugadores do capital nacional. Assim é que acabaremos esta crise, disse Janguiê.


Matéria publicada no blog Próximo Século. (24/04/2016)



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